II Seminário Sergipano de Agroecologia

No último dia 25 de Maio a FETASE, através da Secretaria de Política Agrária e Meio Ambiente, participou do Seminário promovido pela EMBRAPA Tabuleiros Costeiro para discutir e apresentar as experiências agroecológicas existentes no Estado.

O principal objetivo do evento foi fortalecer e reanimar a Rede Sergipana de Agroecologia / RESEA. A Rede é composta por movimentos sociais e visa promover e sistematizar as experiências agroecológicas de Sergipe. Estiveram presentes no Seminário agricultoras e agricultores familiares, movimentos sociais, pesquisadores da EMBRAPA, Santiago Sarandon professor da Universidade de La Plata, Irene Cardoso professora da Universidade Federal de Viçosa.

O Seminário foi finalizado com a apresentação da Carta aos parceiros da RESEA e teve por encaminhamentos a reativação da Rede Sergipana de Agroecologia com agendamento da próxima reunião para 04 de Julho em local a definir. Segue a carta política.

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CARTA ÀS ENTIDADES PARCEIRAS DA  REDE SERGIPANA DE AGROECOLOGIA / RESEA

 

O atual modelo de desenvolvimento agrícola adotado pelo Brasil, liderado pelo agronegócio, vem causando impactos ao meio ambiente, à saúde humana e às relações sociais, promovendo a exclusão social e pondo os trabalhadores/as do campo em situações degradantes e indignas.    Além disso, esse modelo aprofunda o histórico quadro de concentração fundiária, que é o principal obstáculo estrutural ao desenvolvimento e à consolidação dos sistemas familiares de produção rural no Brasil.

A concepção de desenvolvimento rural defendida pelos movimentos sociais e sindical se contrapõe ao modelo que esse setor ruralista defende, apoiados na grande mídia e em alguns intelectuais e economistas que apresentam o agronegócio como única proposta de desenvolvimento para o campo e para o Brasil.

Diante desse cenário, imbuídos pelo desejo de fortalecimento e consolidação sustentável da agricultura familiar, os movimentos sociais e sindical de Sergipe em 2006 mobilizaram-se e constituíram a intitulada Rede Sergipana de Agroecologia – RESEA, objetivando em especial favorecer as trocas de conhecimentos e sistematizações de experiências que inspiraram debates críticos e propositivos no campo das políticas públicas voltadas para o fortalecimento das diferentes formas de produção familiar agroecológica nos distintos contextos sócio-ambientais nos quais ela se desenvolve.

A RESEA em suas diversas reuniões ao longo de dois anos de funcionamento manteve constante o diálogo entre as organizações parceiras, garantindo uma socialização das ricas experiências agroecológicas vividas na ação cotidiana das entidades. Porém, o ativismo e as demandas de cada instituição fizeram com que a fagulha acesa durante os encontros da Rede fosse aos poucos se apagando e caindo no esquecimento dos atores sociais ligados a temática.

É sabido que a difusão e a aplicação dos princípios agroecológicos no meio rural sergipano através da matriz de produção familiar não cessou, e que as entidades continuam promovendo e incentivando a construção da agroecologia entre os trabalhadores e trabalhadoras rurais. Porém, juntos somos mais fortes! E com a união dessas forças sociais transformadoras é possível construir convergências e unidades políticas em defesa da produção familiar agroecológica, na luta contra esse modelo excludente.

Dessa forma, vimos conclamar e animar as entidades parceiras à retornarem as atividades da Rede Sergipana de Agroecologia/RESEA, para que juntos possamos criar estratégias de fortalecimento e multiplicação dessa matriz agroecológica, afirmando com isso a força da agricultura familiar frente a construção de um Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário.

II Seminário Sergipano de Agroecologia

Aracaju/SE, 25 de maio de 2011